Há um ano atrás iria começar um dos meus dias mais felizes de sempre. Aliás, há um ano atrás o meu Verão foi completamente surreal graças a ele.
Pensar que tudo começou numa noite em que nada apontava para que a minha vida desse ali um salto, que ele provocou sem saber, e que nessa noite, eu viria para casa algo mudada, algo tocada por um não sei quê de mágico que estava, nessa altura, a modificar todo o futuro que eu teria pela frente.
Ainda me lembro da viagem de autocarro para casa a pensar nele e a tentar raciocinar sobre o que tinha acontecido. Pior, é que se não é compreendia na altura, não consigo, de todo, compreender agora.
Será possível alguém, que não conhecemos, que não sabemos quem é, ser capaz de nos transformar de uma hora para a outra? Será, aliás, que uma pessoa seja capaz de nos conquistar apenas e só pela magia que transmite?
Nunca quis dizer que estivera apaixonada, não, simplesmente levada por admiração nunca antes vista, que me fazia sorrir sem qualquer razão, que me fazia querer estar ali todos os dias, que me fez crescer e começar a gostar imenso de uma arte que nunca pensei vir a amar e a precisar tanto.
Mas sinto que isto deve ter um final. Amores assim não são compreendidos por ninguém.
É toda uma magia, um amor que tem tanto de platónico como de algo para o qual ainda não inventaram o nome. E é sempre bom pensar que sofremos de algo para o qual ainda não inventaram o nome, faz-nos sentir especiais.
Penso que, no final disto tudo, destes 365 dias, me sinto apenas cansada. Cansada de sonhar com ele, cansada de o ver em qualquer lado através de uma música, de um número, de um nome. Cansada de estar à espera que ele apareça de repente e...nada.
E esta espera torna-se exasperante para alguém que confia plenamente na vida e que esta um dia será um girar de emoções únicas.
Mas nem tudo é mau, porque ao mesmo tempo que me a presença dele me falha, a verdade é que só ele me podia enriquecer tanto como enriquece.
Porque só ele me podia fazer feliz como eu fui em duas noites. Só ele me sabe inspirar para escrever. Só ele me soube apaixonar e electrizar por um palco. Só ele me faz passar noites em branco frente ao computador a desesperar por que ao olhar uma foto não sabia se havia de rir ou chorar.
Ele há-de ser o meu fim, quero acreditar, mas até lá tenho uma longa estrada a percorrer até que ele seja a resposta.
E quero que seja uma estrada de tijolos amarelos para que ele seja o meu feiticeiro de OZ e, para isso, um dia hei-de ter os meus sapatinhos vermelhos.
Está na hora. Está na hora de acreditar que ele não passa de uma memória, de um momento que se prolongou e ao qual eu dei importância demais. Mas tudo me levava para isso, não fui eu, ele é que veio ter comigo sobre as mais variadas formas! E que havia eu de fazer? Ficar parada e deixar passar ao lado?
Tem dias em que acordo e penso o que é que ele estará a fazer. Tem dias que acordo quase desesperada por ele estar tão perto, mas tão longe da minha vida.
É por isso que está na hora de o largar, de viver a minha vida e tentar esquecer que ele não é a minha felicidade e, que um dia, eu hei-de ter o meu sonho. O meu first love à séria.
Hei-de ter sempre de voltar à carga, sempre, porque podem-me pedir que me deixe de contos, de histórias, do make-believe... Mas não me peçam que me desligue dele, por favor, porque de uma forma ou de outra foi ele que me moldou sem saber. E, por isso, não o posso deixar aí sem um olhar que brilhe enquanto ele faz aquilo que melhor sabe.
Eu não existia enquanto Catarina de hoje se eu não soubesse que ele existia e por isso hei-de estar sempre na prenumbra de uma cadeira a olhá-lo.
Sempre, como se fosse da primeira vez.
Goodbye, my almost lover
Goodbye, my hopeless dream
I'm trying not to think about you
Can't you just let me be?
So long, my luckless romance
My back is turned on you
Should've known you'd bring me heartache
Almost lovers always do
E não, não me peçam para explicar o inexplicável...
#Lyrics Almost Lover, A Fine Frenzy