segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

dos mantras.

e tu pensas e tentas que este seja o teu mantra: não me interessa.

mas, caramba, mói sempre. nem que seja da duração de um beliscão.
Ali.

sábado, 29 de janeiro de 2011

das coisas parvas deste mundo.

Nós queixamo-nos do nosso país, do estado em que as coisas estão, da falta de oportunidades. Depois das queixas, pouco ou nada muda. Porquê? Muitas vezes tem de partir de nós, temos de acreditar em nós para mudarmos o que não gostamos. O pior é quando o problema vem mesmo de cima, quando são os grandalhões que se esquecem das pessoas de valor, com todas as capacidades possíveis para interpretar um trabalho e são rejeitados.

E escrevo eu isto porquê? Porque hoje a minha mãe chegou à minha beira com a Maria na mão a falar sobre o que andam a fazer os ex-concorrentes da Casa dos Segredos. E quase todos eles estão, neste momento, a tirar cursos de interpretação ou a ensaiar para entrar numa peça! Mas estas pessoas estão tapadas ou quê? Será que elas pensam mesmo que elas chegam a algum lado só por terem a merda de um mero curso de interpretação tirado quase em cima do joelho e lhes basta isso para se poderem proclamar 'actores'?? E os actores, aqueles que estudaram durante três ou mais anos e que agora estão no desemprego? Hum? Ninguém lhes quer oferecer um papel de mão beijada, já agora? 

É por isto que este país está como está. Pessoas que estão cegas com a fama, que bastou participarem num programazinho (e, contra mim falo, porque eu perdia tempo a ver aquilo. é verdade.) e, de repente, dizem todas que desde pequeninos queriam ser actores? Então se era desde meninos porque é que não estudaram para isso? Pensavam que não ia dar dinheiro, não era? E agora dá porquê? Porque são conhecidos?! Minha gente, vocês vão ser esquecidos, podem ter esta oportunidade de ouro, mas não vai ser nada deste mundo. 

É por estas e por outras que quando digo aos meus pais que quero seguir teatro levo sempre com o sermão de que isso não vai dar nada. E eu vou lhes mostrar como, para mim, vai dar. Nem que tenha de percorrer muita estrada poeirenta enquanto uns sabujos quaisquer têm as coisas de mão beijada.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

vira o disco e toca o mesmo.

Ontem deitei-me a pensar no post da Lua Escondida, em como afinal não sou a única pessoa do mundo a sentir-me assim. E hoje, sem querer, a almoçar com a C. acabamos por falar do mesmo assunto.
Não é que me sinta desesperadamente só, mas às vezes sinto falta de poder ter um 'colinho' que não seja o dos amigos ou da mãe.
E depois penso que tenho 22 anos, ainda muita vida pela frente e ainda tanto para descobrir. Mas há sempre aquele senão, aquele 'e se neste mundo não há ninguém para mim?' e penso em coisas que não devia.
Volto atrás nos meus pensamentos, lembro como há umas semanas atrás o meu coração batia descompassadamente e eu estava, realmente, feliz.
Não é que o sentimento já se tenha desvanecido...mas é assim um outro sabor que nos traga o paladar. 

E sempre que penso que devia era aproveitar o meu tempo, pensar em mim, pensar que talvez para alguns eu não exista....há heróis que aparecem e isso trilha-me o coração.

domingo, 23 de janeiro de 2011

do sufrágio.


Hoje foi dia de eleições, tema mais que falado nesta blogosfera e por todos os telejornais da televisão portuguesa.
Eu fiz parte das mesas de voto, como já faço há algum tempo, é um trabalho algo cansativo mas dá gosto fazê-lo porque, quanto mais não seja, estou a trabalhar pelo meu país. Em algo que muitos dos meus antepassados lutaram por ter: direito ao voto.
Isto sim, é toda uma ideia bonita da coisa, não fossem os números horríveis que tivemos nestas eleições. Ainda fiquei numa sala que foi uma correria imparável durante todo o dia, isto porque na sala onde estava correspondia, mais ou menos, à faixa etária de 45 a 65 anos. E deu-me orgulho imenso ver pessoas já mais idosas irem votar, apesar de terem dificuldades motoras, porque têm orgulho de ter poder de voto. Poder de voz. E desiludi-me ao ver que a sala que correspondia à minha faixa etária teve pouca afluência. Acredito piamente, e contra mim falo, que os jovens de hoje em dia não conseguem apreciar aquilo que muitos lutaram e sofreram por ter. Queixam-se do país em que estão, das escolhas que têm de fazer porque não há saídas, mas quando lhes é dado a oportunidade de fazer alguma coisa contra isso, ignoram por completo.

Eu votei, cumpri o meu dever cívico, e agora sinto-me satisfeita por ter feito o trabalho que fiz. Levantei-me com as galinhas e cheguei a tarde e más horas, mas valeu a pena.

sábado, 22 de janeiro de 2011

1974

Nos finais de 2010 deixei de fazer as minhas recorrentes críticas sobre as peças de teatro que ia ver, e agora que penso nisso...não sei bem porque é que o deixei de fazer. E todo este impasse aconteceu quando vi o Sombras. Tenho uma professora que me disse, há uns tempos, que quando vê um espectáculo bom passa dias e dias,até semanas, a pensar no mesmo. A mim acontece-me exactamente o mesmo, mas se por um lado às vezes consigo expressar imediatamente a minha opinião, por outro lado, demoro tanto tempo que depois não vejo necessidade de o fazer. E depois do Sombras ainda veio O Jornada para a Noite, o Tu és o Deus que me Vê, produções das escolas de teatro, e acho que não me estou a esquecer de mais nenhuma...

Bom, ontem fui pela primeira vez ao teatro em 2011 e decidi inaugurar este ano com a apresentação do Teatro Meridional no TNSJ: 1974
Ao contrário do Sombras, este espectáculo não pretende glorificar Portugal, mas criticar e pôr em questão muitas das decisões que foram tomadas desde a data que o intitula. O espectáculo abre com uma cena capaz de cortar a respiração a qualquer espectador envolvendo-o logo, e desde esse inicio que não nos conseguimos desligar por um único minuto que seja. A ausência de palavras deixa-nos confortáveis naquele silêncio cheio de imagens que preenchem e constroem um óptimo espectáculo. 
É um espectáculo extremamente completo, perfeito a nível de som e luz que se conjugam, com a prestação dos actores, numa perfeita tríade teatral que, acompanhada por uma crítica mordaz final, nos deixa extremamente satisfeitos com o produto final da peça.
Não deixa de ser um homenagem ao nosso país, mas creio que é aquele veio crítico que faz o espectador não só sentir, mas criticar, pensar e tentar compreender se tudo o que aconteceu, aconteceu de acordo com os que queriam fazer evoluir Portugal o desejavam.
E como disse alguém, no final, com a imagem que o espectáculo monta, apercebe-mo-nos desta crua realidade: a de que os portugueses e Portugal estão de costas voltadas.




Até Domingo no Teatro Nacional. É "assombroso de bom"!

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

dos super-heróis.



eu gostava era que tu quisesses ser o meu super-herói.


terça-feira, 18 de janeiro de 2011

posto isto, é assim que uma pessoa passa o tempo.

Já escrevi aqui que as quartas deixaram de ser os meus dias favoritos, pois, agora falta falar das segundas... Não é que desgoste, até porque são o ínicio da semana e nunca se sabe como a nossa semana pode terminar, mas são extremamente cansativos. Chego a casa a pensar em dormir, dormir e dormir.
Mas ontem, quando cheguei, eu queria era ler cusquices sobre os Globos de Ouro, ler as críticas aos vestidos e ouvir o cd da Adele que saiu pela madrugada de Domingo... Mas nada disso aconteceu porque fiquei sem net. Estragou-me logo a sessão que estava à minha espera...
Decidi ver o meu (e nosso) novo vício - Modern Family -  para descomprimir e soube-me pela vida. Até me deu vontade de preparar umas coisas que estavam a necessitar de organização.

Depois de ter passado uma noite um pouco atribulada, com mais sonhos parvos e relacionados com o teatro, ia passar o dia de hoje a estudar com o T. e com o P. . Depois de ter ido ao meu sítio de sempre, um dos locais mais bonitos que existem no Porto, de me ter rido com o atraso do Tiago e de ter acabado a estudar com o P., de ter estado com pessoas que já não via há séculos, cheguei a casa e já vi os vestidos todos, já me ri com comentários e agora estou a ouvir o vozeirão da minha (e nossa) Adele e a pensar em como tanta coisa mudou nos meus entretantos.

E ainda estamos no 18º dia deste ano.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

coisas da vida para a vida.


é por estas e por [muitas] outras coisas que ele é das pessoas deste mundo que eu mais gosto.

domingo, 16 de janeiro de 2011

it burns

Tenho para mim que o acto de constatar e dar o primeiro passo na decisão nos deixa o peito aberto. Ora deixar o peito aberto permite que qualquer um, ou aquela pessoa, tenho o poder de mais facilmente nos mexer com o coração. Seja parti-lo, retorcê-lo, mastigá-lo ou até provocar uma qualquer arritmia de cada vez que nos olha, sorri ou toca.

Para além de deixar o meu peito aberto quando dou o passo em frente, deixo também a minha alma e imaginação em aberto... Porém, ao contrário do que me acontecia anteriormente, em que por uma qualquer negação ou qualquer outra coisa, eu conseguia escrever rios e rios de tinta sobre sofrimento, desta vez o meu coração fecha-se perante uma qualquer tentativa.
Não consigo encontrar palavras que expliquem este paradoxo que me faz ficar parada no tempo, a recordar momentâneas instâncias de puro carinho e de como fazem arrepiar as veias do coração. É todo um mundo novo por explorar e desta vez vem acompanhado da voz da Adele, aquela que me canta o que vai no coração.

discurso directo.

Se há um ano atrás me perguntassem como imaginaria que a minha vida neste momento, tenho a certeza que tudo me sairia ao lado. O mundo que conhecia há uns tempos atrás desabou por completo e é como alguém leu hoje: quando conheces alguém...o teu mundo desaba e deixas de gostar do que gostavas, de fazer o que fazias, apenas para te tornares o mundo desse alguém. Ora eu não me apaixonei por alguém, mas pus em questão muito do que me rodeava e baixei algumas das minhas defesas, claro que de vez em quando ainda apanho por tabela porque sou uma pessoa complicada e que gosta de complicar tudo.
E tudo aquilo a que eu estava habituada quase como que desapareceu e eu sinto que agora tenho ainda muito para explorar.
Embora às vezes ainda me sinta perdida, um bocado melancólica, que ponha em questão muitas das minhas escolhas, a verdade é que se vive um dia de cada vez e eu tenho apreciado muito este meu novo ver das coisas.

domingo, 9 de janeiro de 2011

ver anatomia de grey por acaso...dá nisto.

"Let us be alone together, it's happier than being single in pairs." [Callie em resposta ao Sloan]

Às vezes paro para pensar no que quero eu mesmo desta vida, acho que tenho em mim campos que não estão resolvidos e que é por isso que não avançam. Mas se ninguém lhes pega, se ninguém me ensina, como irão sair eles da pasmaceira?
Tudo é igual a tudo e sinto que, em parte, estou a ver parte da minha vida a passar-me ao lado.

Não que esteja obcecada com este campo, longe disso. Eu acho é que já estou cansada de ver sempre a mesma paisagem e, por uma vez que fosse, gostava que o comboio se metesse por outros carris.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Vós, ilustres leitores doutos...

... expliquem-me, por favor, porque é quando repetimos para nós próprios que queremos levar as coisas com calma, para apreciar o tempo e para perceber o que se poderá passar...tudo acontece ao mesmo tempo. E quando assumimos que, afinal, pensamos ter uma resposta e que, agora, há que encarar a vida de frente com esse pensamento...não se passa nada.
É um paradoxo ridiculamente parvo, não é? Eu acho.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

p*p

Ainda nem a primeira semana do ano terminou e eu já estou exausta. Neste momento, em que a minha cama está ali, sorrateiramente, a chamar por mim, não tenho quaisquer forças mentais e há tanto, tanto, mas tanto que ainda tenho por fazer!
Outrora adorava as quartas-feiras, era o meio da semana e o próprio dia tinha um je ne sais quais de quelque chose que me fazia gostar dele.E aconteceu-me tanta coisa boa em quartas-feiras!
Mas mudam-se os tempos, mudam-se as vontades como alguém um dia escreveu (foi Pessoa? Não sei. Estou demasiado cansada para pensar.) e hoje tenho a coragem para dizer que odeio este dia. É o dia fdp da semana, dia de cão, em que não paro um segundo, é o meu dia de depressão. E por uma qualquer razão carmástica o meu mp3 escolhe sempre músicas muito lamechas para ouvir durante a viagem de autocarro e eu, exausta, deixo-me ir embalada.

E, por agora, vou dormir que o meu mal, no fim de contas, é só sono.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Primeiro Texto de 2011

"A razão para algumas tradições - perdoem-me os conservadores - é a preguiça. No fundo é como nas relações. O amor sofre disto por acréscimo. (...) Porque não mudámos?!, perguntaremos depois. «Ora, porque não calhou.»
Às vezes é por isto que também não vamos viver um grande amor. Não deu jeito, não ficava em caminho, não surgiu oportunidade."

Cidália Dias, A Mudança

Fui ver qual tinha sido o meu primeiro texto do ano que passou e nele eu escrevia que eu era o meu próprio sol, pensamento esse que deveria ter na minha mente o ano todo. Escusado será dizer que não aconteceu, porque me esqueci de mim. Mas bom, não falemos do que já passou.
Este ano tenciono ser eu a 100% em todos os campos porque acho que me tenho descurado muito. E chega de dizer 'gostava de ser isto' ou 'era tão bom que isto acontecesse', este ano é arregaçar as mangas e fazer.
Senão, como me disseram hoje de manhã, a oportunidade passa e só restamos a nós a pensar no que poderíamos ter feito. E trabalhar, preciso de ganhar um novo fôlego para trabalhar, ler e escrever. MUITO.
Sem esquecer que, neste ano ímpar, e como escreveu a Cidália na revista do JN da semana passada, quero encontrar o meu par.

Bom Ano Novo, meus caros(as)! E que os vossos desejos se concretizem! :)