quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

"O Café segundo Fassbinder"

O Café
de
Rainer Fassbinder


No 2º semestre do ano passado, tive uma disciplina que falava em literatura e em teatro.
Aliás, eu e o Ferdinand escolhê-mo-la mesmo por causa do programa: nunca antes tínhamos tido alguma disciplina que tivesse teatro como matéria e juntos fomos nessa aventura.
Na 1ª aula a professora descreveu logo o programa inteiro: durante aquele semestre teríamos de ver 3 peças até ao final do ano. De cada vez que fossemos ver uma peça, iríamos trabalhá-la nessa semana e no final do ano teríamos de fazer um trabalho para entregar.
Fomos então ver O Café do Goldoni encenado pelo Corsetti; o Nenhures de Daniel Jonas; o Turismo Infinito do António Feijó, mas chegamos ao final do ano e trabalho nem vê-lo! Não sabiamos do que falar ou o que escrever.
Foi nessa altura, em Maio, que O Café de Fassbinder esteve em palco e decidimos ir ver, ao menos, podiamos sempre trabalhar sobre esta peça e sobre O Café do Corsetti.

E fomos e mal sabíamos para onde estávamos a ir.
Não me lembro do dia exacto, mas foi uma sexta, e nós lá estávamos na plateia ansiosos pela peça. Naquela altura já o bichinho tinha picado e nós já só falavamos sobre teatro, teatro e teatro. Na verdade, era mais eu que não me calava ( e ainda não me calo) porque o Ferdinand tem mais queda para o cinema. :P

E foi a partir daqui. A partir do iniciar da música do Tsatsumaki até à última fala que eu e ele não olhámos para mais lado nenhum.
Foi um virar de tudo, foi um marco novo na nossa tão pueril cultura da época.
Foi uma das noites mais mágicas que já tive.

Isto tudo para dizer que esta peça é óptima: adequa-se perfeitamente aos nossos dias - uma Veneza 'desgovernada' que podia ser facilmente um Porto ou uma Lisboa, com personagens que representam estereótipos da nossa sociedade - desde o honesto dono do café, passando pelo linguarudo da cidade, até ao desonesto dono da casa de jogos. E deixa-nos mergulhar no interior daquela cidade e movemo-nos em cima das águas dos canais venezianos ao mesmo tempo que visitamos o interior de cada uma das personagens.




Foi das experiências mais fenomenais que tive. Esta peça carrega em si um enorme significado para mim e este ano pude revê-la e estar do lado de fora para apreciar o meu olhar e saber o que significou tudo o que me aconteceu. Sem dúvida das peças que, até agora, mais me marcou.



E 10 sequins são 300 contos.

5 comentários:

Castiel disse...

LOL 10 sequins, 10 sequins? isso sao................ 33020234399 , 1500 euros - 300 contos!!!!

Obrigado por me teres levado lá.
Por partilhares comigo aquilo que mais amas.

Sophia disse...

Eu vi o primeiro "Café" que tu viste e foi lá que me apaixonei pelo meu Paulo Freixinho :')

Tenho saudades de ir ao teatro.

zequinhas disse...

oi =)

Também adoro teatro, e tal como tu fico sempre fascinado com o que vejo...

fico de tal maneira concentrado que não tiro os olhos do palco até ao baixar do pano, nem que uma pulga me esteja a morder na perna eh eh.

fiquei com curiosidade em saber mais sobre a peça de que falas, pelo que dizes parece ser mesmo daquelas que me faz viajar.

bj
*

Ferdinand disse...

Literatura e Artes - 15

Saudades de ler facas nas galinhas contigo e desmancharmo-nos a rir a pensar que aquelas personagens eramos nos - no meio da aula. Não tenho saudades NENHUMAS de ter de ler o Sarrazac num dia e de escrever um trabalho (excelente e que deu origem a minha futura tese de mestrado) numa semana. Saudades de ver a professora perder-se em devaneios teatrais.

Saudades do teatro.

Verificaçao de palavras - extright

Ferdinand disse...

Nao resisti!!!
Verificacao de palavras - LADIANN

LADY ANN!!!

a verificaçao de palavras arrasou