quarta-feira, 16 de julho de 2008

Platónov


"Demasiado longa, demasiado violenta, demasiado imperfeita."


Não será apenas uma peça real? Uma peça que talvez possa demonstrar uma nova face da vida, independentemente de ter sido escrita há muito tempo atrás, por um Tchékhov incompreendido.
Ainda não fui assistir à peça, é certo, mas anseio por um texto que me prenda ao palco e à incessante acção de quatro horas.
Doces contradições que aparentam ser conhecidas nossas preenchem uma peça onde é uma "depravação", " ser jovem e ao mesmo tempo não ser idealista!".

Espera-me uma suave descoberta não só da mente tchékhoviana do século XIX, mas também do meu próprio ser. Sempre fui uma defensora de que o público deve encontrar nas personagens, não só uma veemente projecção do texto, mas também uma projecção de si próprias que faça o público encontrar uma identificação pessoal.
Uma peça desconhecida, que se esconde atrás de um título que não é seu por direito: há quem diga que se chamaria 'O Sem-Pai', mas na minha opinião, a peça retrata uma busca por um -eu.
Se nos basearmos no Complexo de Édipo, a peça é definitavamente isso: a procura por uma figura , ou a falta desta, que compromete a nossa identidade íntima.



Andaremos todos nós à deriva neste mundo?
Será que nos conformamos com o facto de sermos uns 'beautiful disasters'?





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