Ela passou por uma época em que só sonhando se sentia bem e procurava refúgios em que o sonhos perdurassem com direito a personagens (i)rreais.
Depois uma letargia açambarcou-a e ela deixou que a vida lhe passasse ao lado: privilegiava quem estivesse do seu lado, dedicava-se mais a ela própria e aos seus costumes. Mas, no fim do dia, era sempre dificil aperceber-se da realidade: a de que estava sozinha num mar de almas conhecidas.
E uma saudade imensa apertava-lhe o coração porque ela já não sabia decor o seu passado, não se recordava da última emoção que tinha tido, do último palpitar, do último ferver, da última borboleta.
Quando estava prestes a entrar numa nova rotina, num novo mundo, aconteceu.
Aconteceu-lhe algo de novo, para o qual nunca tinha pensado. Algo novo com características com que ela sempre tinha sonhado mas que pensavam não existir. E ela que não acreditava na possibilidade haver tanto em comum...!
Mas o tempo passado já fora tanto desde a última vez que se sentira assim que não sabe como interpretar, como viver, como responder, como respirar.
E antes de se deitar, suspira, e pensa no que o amanhã trará porque, de súbito e sem se aperceber, ela começou a sentir-lhe a falta. Já não sabe o que são aquelas noções fílmicas, teatrais ou de conto-de-fadas, mas ao mesmo tempo em que tinha pressa de descobrir, ela prefere saboreá-lo... Porque há muito, muito....que ela tinha deixado de acreditar nessas coisas.
Afeição. Carinho. Saudade.
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