Preciso de sossego. Não daquele sossego que traz consigo a solidão amarrada, mas um sossego mental, de descanso para estes últimos dias. Para poder pensar claramente. Para poder dormir. Para poder discernir.
Dou por mim a repetir mentalmente todas as imagens que vivi nestes últimos dias, a violência destas talha-me ainda o coração e novas lágrimas florescem nos olhos.
Sinto que não tenho o dever de me sentir assim, mas é inevitável pensar que a efemeridade da vida pode levar-nos aqueles que mais amamos, que mais adoramos, que mais queremos, sem nos pedir permissão.
E dou por mim a pensar nas outras pessoas, naquelas que certamente sentem, neste momento, uma saudade terrível capaz de esmagar um coração.
Amanhã vamos todos voltar ao lugar onde o conhecemos e falar sobre ele, vamos tentar aliviar o peso que sentimos. E mesmo que não queiramos conversar sobre isso, sabemos que a conversa vai levar-nos lá.
Não, não me devia sentir assim. Mas sinto. Imaginei mil e uma coisas no meu futuro com ele envolvido, porque sabia que, daquela faculdade, era com ele de certeza que queria trabalhar. Ele falava e a minha mente voava. Queria que a minha paixão me inundasse como a dele inundava a atmosfera.
É um cansaço da vida que não pára, que não vai embora com o silêncio. Mas que se reforça porque me obriga a relembrar que isto é a vida, que nada nos é dado por garantido e que temos de viver e fazer o melhor com o que temos.
Levando sempre os que amamos no coração.
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