Ora aqui está a peça que ainda me tolda o pensamento e a causa pela qual nem tenho escrito aqui.
Sábado à noite, no Mosteiro de S. Bento da Vitória, mais propriamente no Claustro (lugar mágico e místico, esse!), vi uma das melhores peças da minha vida. Nessa semana uma professora nossa tinha dito que sabia que um espectáculo a tinha tocado quando não conseguia parar de pensar nele, e eu ainda não consegui esquecer este.
O texto de Frank McGuiness, tradução do fabuloso Paulo Eduardo de Carvalho e com encenação de Carlos Pimenta, mostra-nos três homens de nacionalidades diferentes presos em cativeiro por rebeldes. Um texto dos nossos dias, portanto. E que nos leva a indagar muito sobre a nossa vida, sobre o que faríamos se fossemos nós ali.
E é a loucura que se instala pelas palavras, e a tentativa de escapar através da imaginação para não deixar morrer o espírito. É a música perfeita. É o cenário perfeito.
É rectângulo de giz que nos corta os movimentos. É a nossa identidade posta em causa. A nossa sanidade. A nossa história.
É uma intimidade que se estabelece entre nós e os actores (um trabalho fantástico por parte dos três) e durante duas horas estamos com eles naquele cárcere. Com o coração apertado.
Ainda agora a peça me toca no âmago. E chorei como nunca quando cheguei a casa.
Até dia 24 no Mosteiro.
Ide, ide!
Sem comentários:
Enviar um comentário