Diz-se que uma imagem vale por mil palavras. Para mim é o gesto.
O gesto de sorrir. O gesto de dar a mão. De abraçar. De mimar. De dizer 'não gosto de ti' a sorrir. De estar na penumbra de uma sala e perceber nos olhos do outro que o que está diante de nós não nos sustém.
Há gestos que nos desassossegam. Palavras que nos desassossegam. Sonhos. Pensamentos. Músicas. Imagens. Vozes. Gestos.
Pantomima do corpo que abraça a escuridão que não promete mais nada do que breves momentos de um falso sossego. Afogamos o nosso verdadeiro ser, para que ele não veja a crua realidade que a nossa vida possa possuir.
E construímos barreiras neste mundo. E vemos, vemos com as nossas câmaras de filmar o verdadeiro interesse da vida na nossa vida. E é a ver a vida dos outros em palco, a sentir as palavras deles a queimarem como um ferro no nosso sangue que a saudade se torna mais forte porque as coisas que nunca foram como nós gostassemos que tivessem sido.
Chegar ao fim do dia e perceber que o que sonhamos não passou de uma quimera, é o corte mais lacerante que pode ser feito no nosso coração.
Perdemo-nos, então, em nós próprios. Em múltiplos reflexos percebendo que até aí nos tínhamos vindo a enganar. Como quando se engana uma criança com um pequeno jogo de (in)verdades.
O mundo que julguei ser o meu mundo... Não o é.
É uma eterna procura pelo meu lugar, pelo lugar que sugue a energia do corpo como o sol suga o orvalho de todas as manhãs.
É sentir a palma da minha mão suada do nervoso miudinho de viver cada dia como uma promessa renovada de felicidade.
É lembrar-me do passado a cor-de-rosa, quando ele não o é. E pensar que o tenho guardado para sempre.
Ainda não sei qual é a minha saída deste labirinto. Mas tenho a quem dar as mãos para encontrar a saída.
1 comentário:
Bem lindissimo...mas já vi que não estas bem!!
Espero que saias do labirinto sã e salva e de bem com a vida e contigo mesma!!!
beijinho
Juh
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