' NENHUM ÓDIO É INTEIRAMENTE JUSTIFICADO,
NENHUM AMOR INTEIRAMENTE INOCENTE .'
NENHUM AMOR INTEIRAMENTE INOCENTE .'
Confiante fui assistir à peça pela qual já ansiava desde Setembro e, apesar de já levar comigo expectativas acima de um limiar de genialidade, a verdade é que fui surpreendida por todo este mundo teatral. De novo.
A peça é, realmente, uma obra fenomenal: a execução e a interpretação são de tal maneira óptimas que eu fui mais uma vez transportada para todo aquele manifesto Shakesperiano.
Sofri, por assim dizer, da mesma melancolia que António expirava a cada palavra. Vivi e respirei o mesmo amor que Bassânio prestava à sua tão querida amada. Estive lado a lado com Grazziano na defesa pelo amigo. E estive contra Shylock impiedoso, sem compaixão que me tolheu a mente quando pensei que, realmente existem pessoas assim, com a mesma falta de piedade.
Ao longo da peça têm lugar também uns acentos cómicos que, não me deixaram ser absorvida por completo numa atmosfera melancólica em muito transmitida por palavras que me sopram ainda nos ouvidos da mente.
Os meus olhos brilharam durante duas horas e meia seguidas.
Sobriedade. Aparência. Amor. Melancolia. Honestidade.
São palavras que um espelho baço e oníroco retem em cima daquele palco ao xadrez que, por si só, põe 'em xeque' a vivência humana.
A vivência que perpetua os valores que um mundo e uma sociedade outrora nos impuseram e que jazem presos em cofres de grande ou pouco valor.
Para viver há que saber escolher o correcto.
2 comentários:
Uau. A companhia de teatro devia ler isto. =)
Sabes, estou agora a ler O Mercador de Veneza. E como não quero perder o gosto (que não me está a parecer possível) nem quero pensar em teatro... xD
Stay Well
Shylock impiedoso?
Não concordo com isso...
Shylock é humano.
Impiedosos são os outros...
Impiedosos somos nós. Cheios de pressa nos julgamentos que fazemos.
Um homem é um homem. Mas é sempre mais fácil ver um monstro...Para o afastar de nós.
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