Sou uma sonhadora. Contínua.
Acordo de manhã, depois de uma noite a sonhar, e vou a sonhar na viagem de autocarro. À tarde sonho em como é que o meu dia podia acabar e à noite...sonho.
Eu sei que é mau, sei, é como se vivesse numa quimera permanente, a qual, por mais que me debata, me clama pela emoção que neste momento está muito acima da razão.
Indago-me sobre o que seria de mim se estivesse viciada na minha realidade, se apenas visse aquilo que está a frente dos meus olhos: o que não me sorri mesmo que seja cinzento; o que parece impossível se eu não lutar; como se o infinito passasse a ser finito. Para sempre.
Decerto murcharia qual flor sem sol, qual doce sem sal, qual vida sem respiração.
Não consigo evitar estes momentos mais em baixo que surgem assim de repente, não, porque me apanham despercebida, sem armas, sem força, arrasada por uma força invisível que segrega o pensamento mais feliz.
É o passado. É o presente. Talvez seja o futuro.
Nenhuma opção me convence, porque eu sei que no fundo o problema é meu. Sou eu o entrave para a minha própria paz, para o meu próprio remédio.
Continuo nesta busca imperfeita pelo meu mundo que eu sei que não existe, mas no qual não me canso de acreditar.
E dói como um punhal que se crava lentamente na pela mole e fresca de uma manhã, mas eu reúno forças (por mais mínimas que sejam) e levanto o ego por mais um dia. A ver se melhora.
Mais tarde leio estes textos que saem nestas horas e pergunto-me sobre quem verdadeiramente serei: não sou tão intensamente melancólica, muito menos pessimista, mas nem sempre o meu lado positivo vence.
E eu fico de rastos agarrada ao fio dependurado do último sonho que tive e que me fez acordar a sorrir.
1 comentário:
bem, o último sonho que tive foi com a Castilho depois daquela maravilhos apresentação... de resto não sonho muito... não sou de sonhar acordada e sofro de insónias... os sonhos são para aqueles que ainda acreditam e nunca deixaram de acreditar... eu já deixei de acreditar há muito...
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