domingo, 25 de maio de 2008

Cartas a um Desconhecido

25 de Setembro de 2006

Meu Amor,

Hoje quando acordei pedi um desejo. Pensei em ti. Desejei-te.

Larguei a cama lentamente, o meu sonho continua lá vibrante e quente, mas sem ti para o viver não faz sentido.
Olho uma cara ao espelho e espanto-me por já não me reconhecer. Anos passaram por mim, mas por dentro continuo aquela miúda com a mesma vontade inerte de viver e ser feliz para sempre.

Esta noite chorei. Noite passada também.
O tempo passa e eu fico como que parada nele enquanto tu te movimentas a meu lado. Tenho uma vontade desmedida de te acompanhar para poder estar só contigo: sussurrar-te lindas palavras de amor ao ouvido, beijar-te os lábios que sempre me prometeram um beijo doce, quente e terno.

Mas fico sempre para trás.

Dei por mim calada, cabeça estrategicamente pousada na mão, a pensar em ti conquanto a televisão repetia os mesmos anúncios.
Rodei a cabeça, massajei lentamente o pescoço e suspirei – sempre a mesma monotonia, sempre os mesmos dias, sempre a mesma velha vontade de viver.
Preciso de um incentivo forte que não me faça querer suicidar devido ao tédio que parece estar cosido à minha vida!
Sinto como se vestisse um ‘cliché’ todos os dias – que não me deixa ser uma ‘princesa-guerreira’, mas uma ‘dama-em-perigo’!

Odeio-te por isso.
Por me deixares embevecida ao mínimo toque. Ao mais ínfimo trocar de olhares.
No entanto, nunca consegui deixar de estar contigo, porque me começaste a fazer falta.
Aprendi a gostar de ti e isso é um dom que possuis: marcas quem te gosta.
Acabaste por te tornar no meu ‘cliché’! Deixas-me indefesa ao mesmo tempo que me salvas.

Contudo, a minha sabedoria embarga-me o pensamento quando sei que tens de partir e eu cá hei-de continuar a contar lágrimas na almofada.
Foi lá que escondi o meu sorriso só para seres tu a encontrá-lo e levá-lo contigo.
Aquele é o meu cantinho, onde lenta e calmamente me deixo sorver por uma calma imberbe que me clama pela noite fora.
É lá que pertenço a ninguém e desejo ser só tua.

Sei o que sinto, apesar de tudo, e nunca almejei chegar mais longe. Passo por esquecida, mas não esqueço.
És tu que me provocas um brilho especial no olhar e “um beijo no canto da boca quando sorrio”.
Coisa que nunca se perde.

Marcaste-me.

Para sempre.

Porque te espero e esperarei!


A tua amada,

2 comentários:

Anónimo disse...

Amanha volto. Hj n csg comentar...

"Preciso de um incentivo forte que não me faça querer suicidar devido ao tédio que parece estar cosido à minha vida!"

M ***

Anónimo disse...

Amei este texto! Ta lindo! Adoro o simplemente...

M***