Ontem não foi uma noite tão boa quanto a de sexta ou de qualquer outro dia da semana que findou. Mas pior é acordar e ter de enfrentar um novo dia, sabendo (ou sentindo) que tudo está (ou está para ficar) diferente. E depois há este aspecto na minha vida, os sinais, do qual eu gosto particularmente porque há sempre qualquer coisa que tem a ver comigo. Como eu abrir o jornal e ver no título uma inicial ou um número que me faz lembrar alguém, alguém esse no qual estava a pensar no preciso momento.
Ou ir ao facebook e estar a pensar na crónica da Cidália que li ontem e que até a ia postar aqui e vê-la nas frases entre duas amigas minhas.
Não é tarde nem é cedo, porém, e hoje o dia está díficil de passar.
"A complexidade dos beijos começa logo quando os escrevemos. Não quando os descrevemos. Eu nunca sei se hei-de escrever: «beijos», «bejinhos» ou os poupadinhos «bjs». A verdade é que penso no destinatário/a e tento perceber em que formato de beijo se enquadra. Ou merece. Sim, eu perco tempo com isto. Já gora saibam que nunca receberão de mim «jokas», «beijunfas» ou bastardos do género. Os beijos para mim são os veículos do amor. Como os príncipes montam cavalos, eu projecto-me em beijos. (...) Sofrendo cronicamente de incontinência afectica, pelo-me por um beijo. Posso morrer ali, feliz. O prazer dos beijos é um pedir outro. Um beijo não deve ser ímpar, ainda que possa ser único. Os amigos (já nem falo de namorados) merecem o nosso coração e a nossa cara. Acreditem que nem todos estão disponíveis para dar a cara. (...) (Horas depois, quando o telefone nunca mais toca, o príncipe volta a tranformar-se em sapo.) Mais um engolido."
in "Digno de Boca", O Sexo e a Cidália, Notícias Sábado
Mas porque é que custa fingir que, apesar de tudo, continua tudo igual ao que nunca foi?
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