Não vos vou falar de amor (quem sou eu para falar/escrever sobre o mesmo?).
Não vos vou contar qualquer aventura que tenha tido com fins idílicos e românticos.
Não vou escrever sobre os meus fins de tarde fantásticos num autocarro cheio de gente, mas com sabor a felicidade que se transmite através de gestos e palhaçadas.
Vou-vos falar um pouco de mim.
Ora eu não sei muito bem quem sou e nestes últimos dias esta questão tem-me assaltado muito. Estarei pronta para o mundo lá fora? Quero tanto sentir-me bem comigo própria, mas e com os outros?
Nesta altura do campeonato não deveria estar a ser mais comedida em reacções e cada vez mais dedicada?
Não sei o que o futuro espera de mim. Também não sei o que esperar de mim, anyway.
Vivo na eterna esperança que os dias vão deixar de ser iguais e que a qualquer hora toda esta minha visão técnica vai mudar.
É viver na eterna quimera de uma insustentável leveza de...viver.
E ninguém nos ensina a viver, somos nós que vamos aprendendo. Oxalá houvesse aí uma verdadeira Faculdade da Vida. (Se fossemos Americanos até podíamos construir uma e sermos senhores do nosso reino.)
Depois há toda aquela vontade maluca de querer escrever, de deixar de sentir esta solidão estrangular-nos o coração, mas não há nada que nos faça curar esse buraco negro. Tivesse eu uma NASA cá dentro que soubesse utilizar aqueles comandos que vemos nos filmes com o Bruce Willis e o fechassem!
O meu cérebro e o meu coração mantêm uma relação como as de antigamente entre um casal: o homem manda fora de casa e a mulher dentro - o meu cérebro comanda-me quando estou a levar com a chuva na cara, e o coração conforta-me assim que me deito e penso nos longos dias que tenho tido. O meu sangue, aquele líquido vermelho que palpita nas veias, é a criança de 5 anos na idade dos porquês.
Não é que esteja melancólica, ou nostálgica ou triste. O problema é que eu penso demais com o coração.
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