Labels or Love (*)

No mundo de hoje em dia as pessoas têm cada vez mais tendência a pôr etiquetas em tudo quanto gostam para dizer que é delas ou que descobriram isto ou aquilo primeiro.
Confesso que também o faço, mas porque é que esta tendência se acentua cada vez mais?
Será que este mundo em que vivemos se torna cada vez mais egoísta? Mais egocêntrico?
Pois, não percebo. Não percebo esta inutilidade de estar sempre a etiquetar pessoas famosas, ou livros, ou filmes, ou músicas. No fim ao cabo essas coisas são universais e toda a população mundial vai ter uma opinião sobre isso.
Longe vão os tempos em que sentia ciúmes das raparigas que também gostavam do Postiga e que conseguiam estar com ele. Era inevitável naquela idade, fazer o quê?
O problema é que aqui há uns meses dei por mim a deitar os bofes pela boca, porque parecia que as pessoas usurpavam o meu mundo, usurpavam e faziam uso a alto e bom som daquilo que eu amava, que eu tinha descoberto e que todos tinham criticado no inicio para adorarem no fim. Depois descobri que não era só eu que me sentia assim, que havia mais gente a sentir-se da mesma forma.
É uma valente idiotice, vá, tenho que admitir e colocar a etiqueta de idiota na minha própria testa, porque, tal como me disseram na altura, podem gostar do mesmo que eu e fazer uso disso, mas não é meu mundo que usurpam. Não é no meu mundo que entram, não são as minhas ideias que roubam.
E é isso que temos de manter em mente: etiquetar ou continuar a gostar incondicionalmente?
Tenho para mim que a segunda hipótese é a melhor de todas, porque, no final, o que conta é a nossa dedicação e por mais raiva ou inveja que se possa sentir, a verdade é que todos podemos partilhar valores e opiniões.
Só nos faz ficar mais enriquecidos.

(*) Fergie